"Que o governado vote e legitime seus líderes é suficiente, a relação específica deles para com esse ato, não tem importância se ela permite aos governantes proclamar legitimidade e agir como legítimas autoridades. Tendo votado, as pessoas não mais importam, os líderes podem continuar seu trabalho."-PAUL Q. HIRST-Comentador de MAX WEBER
"O fato meramente exterior de ser obedecida a ordem não é suficiente para significar a dominação, em nosso sentido; não podemos ignorar o sentido de que o comando é aceito como uma norma "válida"...Em um caso concreto, o desempenho do comando pode ter sido motivado pela convicção do próprio comandado quanto à sua adequação, ou pelo seu senso de dever, ou por hábito 'embrutecido', ou por desejo de obter alguma vantagem pessoal" - MAX WEBER.
"A dominação do amor como cárcere da alma, aprisionamento de sentidos, caminhos espinhosos, é o preço que nos foi imputado por Deus, por não amá-Lo tão somente."KAREM REGINA (futura socióloga)
Pode parecer estranho mas a dominação possui um sentido universal para todas as coisas.Weber considera a dominação 'pura', aquela em que os indivíduos se submetem quase sem saber porquê, a um determinado governo.Essa espontaneidade do sujeito é que o hipnotiza. É como se tivessem atraídos pela figura da liderança. A subjetividade, ou melhor a intersubjetividade entre dominado e dominante, passa a ser um mistério para ele. Em sua obra "Os 3 Tipos de Dominação Legítima", os dois outros tipos (por interesse e por coerção violenta), são os que menos chamam a atenção. A análise gira em torno desse mistério que há entre a deliberação e a aceitação pacífica de determinado comando. Hoje com toda a informação que os indivíduos têm acesso, esse tipo de domínio é o que tem prevalecido. Por quê? Quando li o texto pela primeira vez, acreditei que fosse mais uma questão para a Psicologia resolver do que propriamente para a Sociologia. Como entender os 'tipos' que se submetem de forma dócil e amável à uma autoridade, delegando à ela toda autonomia e diretrizes da sociedade? Fiz um acompanhamento do raciocínio de Weber(diga-se de passagem que não foi fácil),no que diz respeito aos tipos de autoridades que conseguiram tal façanha, nem ele e nem eu conseguimos determinar que elemento diferencia essa autoridade das demais. Mas ao fazermos (eu e Weber) uma análise do perfil do comandado, chegamos a um determinado consenso. Esses sujeitos possuem um grau baixíssimo de interesse pelo que acontece no seu 'locus' social. Possuem a lassidão intelectual para dicernimento do caráter do Governante. São totalmente destituídos do sentimento de nacionalismo. Aí está a descrição dos indivíduos que se submetem e sentem prazer no ato da obediência. Por esse motivo que Weber diz que esses 'tipos' sequer merecem a atenção da autoridade. Uma vez legitimada a autoridade, pouco importa o destino dos comandados. O sujeito deixa de existir.Podemos notar a admiração do autor pelos Governantes, esse líder o fascina. Podemos notar também o asco que sente por gente que se deixa dominar de forma tão deliberada. Ele diz:"O SUJEITO SO SE TORNA SUJEITO, NA RECUSA, NA REVOLTA". Se fizermos uma comparação com os dias atuais, estamos vendo todo esse desenrolar de intersubjetividades, que sabemos no que vai dar, aliás, estou também sentindo náuseas, e com uma tremenda preguiça de comentar. Anda mais ameno fazer comentários quanto a dominação do amor. Como os sujeitos que não sabem porque votam nesse ou naquele, também não sei porque tive vontade de fazer a análise sobre o domínio do amor.Mistério. Talvez por não sabermos o porque nos ocorre o amor. Também não o escolhemos deliberadamente. Ele vem, invade e pronto.Esta é uma das diferenças entre os 'tipos votantes' weberianos, e os 'tipos' que amam. Olhamos, ficamos atordoados, um milhão de coisas mudam, e lá estamos nós presos como que numa armadilha,fazendo um esforço sobre humano para nos desvencilharmos ante a alienação que nos foi imposta. Tentando a cada minuto do dia desviar nosso pensamento para coisas construtivas. Nos repreendendo quando pegos absorvidos em pensamentos obscenos.Ficamos sem saber o que fazer com a existência. Mas há uma semelhança entre a análise weberiana quanto aos 'tipos' dominantes, que aqui podemos fazer uma equivalência ao que consegue alcançar o amor de algúem. Há um carisma especial, há um caráter a ser admirado, há uma personalidade a ser reverenciada. É claro que o melhor a fazer é manter essa apreciação amorosa em sigilo, para evitarmos assim a dominação.
"Os grandes só podem ser julgados pelo que são. Só os vulgares consentirão em atribuir sua dignidade ao que fizeram; em virtude dessa condescendência, serão 'escravos e prisioneiros' de suas próprias faculdades e descobrirão, caso lhes reste algo mais que sua vaidade estulta, que ser escravo e prisioneiro de si mesmo é tão mais amargo e humilhante que ser escravo de outrem." Hannah Arendt
domingo, 12 de setembro de 2010
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