"Se emprego tantas horas para me convencer de que tenho razão, não será que exista alguma razão para ter medo de que eu esteja equivocada?" (JANE AUSTEN)
"A liberdade apenas para os partidários do governo, apenas para os membros do partido, por muitos que sejam, não é liberdade. A liberdade é sempre a liberdade para o que pensa diferente".(ROSA LUXEMBURGO)
“A pluralidade é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir.”(HANNAH ARENDT)
Bem talvez meu discurso soe um tanto antifeminista. Sou mulher, adoro o universo feminino (penduricalhos, batons, saltos, langeries, bobagens do gênero), nada tenho contra as lésbicas mas amo um homem,e, no entanto não posso concordar com alguns posicionamentos do grupo de feministas da UEL. Os discursos que tenho ouvido, têm um tom extremamente sexista. Sou filha única de um militar do exército e de uma mãe protestante 'extremista'. Tudo que o pai queria era um 'varão' para poder repassar todo seu conhecimento, jogar bola, ensinar atirar, levar pro quartel, coisas assim. No entanto veio 'euzinha', o pai me amou assim mesmo, mas esqueceu que eu era menina: me ensinou jogar bola, me levava pro quartel, me ensinou pescar, colocava o quépe em mim e dizia: "minha soldadinha", eu o amei tremendamente enquanto viveu (nos deixou cedo, aos 33 anos). O vô assumiu a missão. Fui criada dentro do pensamento dos 'varões' da família, (a mãe estava mais preocupada com os afazeres da Igreja), sendo assim não tenho uma impressão feminina maternal do mundo. Mas posso garantir que o fato de ter sido criada por homens em nada atingirá a minha análise. Gostaria que as feministas me apontassem qual o 'acúmulo' de suas lutas?? Desde Rosa Luxemburgo, qual foram os avanços que o movimento teve (tirando a conquita do voto)??? Nada mais ridículo que a queima de 'soutiens' nas épocas woodstockianas. Em que progredimos culturalmente, no sentido de sermos respeitadas dentro dos limites nos impostos pela própria Natureza?? Os homens continuam nos considerando meras genitoras (aquelas que podem), depósitos de espermas e eternas cuidadoras de suas 'pueris personalidades'.Enquanto acreditarmos que seios, bumbuns, roupas sedutoras, 'caras e bocas' são atrativos femininos, estaremos escravas dessa sociedade onde o possuidor do 'falo' é quem dita as normas. Temos uma sociedade em que a maioria dos dominantes são 'machos'. Estamos então submetidas a regras impostas pelos burocrátas chauvinistas.Acredito que as passeatas em nada resolveram para reconhecimento das mulheres dentro da sociedade. Continuamos ganhando menos. Em nada contribuiram para sermos reconhecidas pela nossa capacidade intelectual e potencialidades para a ocupação de cargos de relevância no país. Temos aí um exemplo esdrúxulo de candidata, ao cargo de maior importância de uma nação, a Sra.DILMA, que dispensa qualquer comparação com a dignidade e honradez feminina.Não quero fazer nenhuma análise do perfil da tal senhora, pra não indignar a condição da mulher que busca conquistar cargos de autoridade dentro da política. Minha concepção de 'mulherão', ficou ainda mais nítida quando assisti a um documentário chamado: SANTA MARTA, 2 SEMANAS DENTRO DE UMA FAVELA (produzido por um grupo de alunos de sociologia da UFRJ). Conheci o relato de vida de uma lavadeira mãe de 5 filhos, abandonada pelo companheiro,que tornou-se pai e mãe dessas crianças desde então. Ela desce e sobe o 'morro' (bem íngrime, diga-se de passagem), cinco vezes ao dia, com enormes cestos de roupa na cabeça.Cuida da casa nos intervalos de uma lavagem e outra, leva e busca as crianças na creche e na escola, à noite conta estorinhas para eles, etc. Paga as contas, nada deixa faltar aos filhos, e ainda sobra tempo de ensaiar o 'samba da Mangueira' e participar das 'rodinhas de pagodes que são comuns nos cantos dos morros cariocas. Isso pra mim é o que podemos chamar de 'Mulherão', ela dá conta do recado, não deixa 'a peteca cair', dá a volta por cima, e ri-se do dia-a-dia. É uma mulher espirituosa, com espírito de batalha nas veias. Não é uma 'dondoquinha' que fica clamando por seus direitos e escrevendo cartas de convecimento à sociedade. Ela vai à luta. Perdoe-me aqui Prof.Renata, mas minha concepção de 'mulherão' é bastante diferenciada da sua. As mulheres do morro não lêem livros que a senhora e seu movimento escreve. Até porquê, muitas delas são completamente analfabetas.Nunca estudaram na Bélgica. Não possuem maridos que as ajudem, são verdadeiras guerreiras. Seu feminismo de gabinete é nojento, as citações de 'suas feministazinhas universitárias' chega ao asco. Leve essas meninas nas favelas londrinenses e mostre a elas os verdadeiros 'mulherões' que lá moram, quem sabe daí poderá surgir idéias realmente inovadoras para a emancipação da mulher.
"Os grandes só podem ser julgados pelo que são. Só os vulgares consentirão em atribuir sua dignidade ao que fizeram; em virtude dessa condescendência, serão 'escravos e prisioneiros' de suas próprias faculdades e descobrirão, caso lhes reste algo mais que sua vaidade estulta, que ser escravo e prisioneiro de si mesmo é tão mais amargo e humilhante que ser escravo de outrem." Hannah Arendt
domingo, 19 de setembro de 2010
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