domingo, 31 de outubro de 2010

A REVOLUÇÃO DO PASSIVISMO

"O fato histórico da ausência de uma iniciativa popular unitária no desenvolvimento da história italiana, bem como o fato de que o desenvolvimento se verificou como reação das classes dominantes ao subversivismo esporádico, elementar, não orgânico, das massas populares, através de (restaurações) que acolheram uma certa parte das exigências que vinham de baixo; trata-se, portanto, de ‘restaurações progressistas’ ou 'revoluções-restaurações', ou, ainda, 'revoluções passivas' "

Já sinto cólicas estomacais, mas fazer o quê?? Como futura sociológa tenho que discorrer sobre política brasileira...argh....

Tenho orgulho em dizer que meu pai foi enterrado com todas as honrarias que um grande militar do exército merecia. Ainda dentro da concepção do regime ditador em que viveu. Ele tinha grande contentamento por servir seu Governo. Dizia que o serviria até a morte. E foi o que fez. Morreu enfartado dando treinamento para um grupo de soldados. Ateu por convicção, também dizia sempre que eu não deveria me curvar a nada.(Meu espírito cristão vem da mãe e do vô). Alguém de verdade jamais se encurva. Defende suas posições até a morte. Achava terrível a mendicância. Para ele um homem de verdade jamais imploraria nada de ninguém. O que temos visto acontecer nos dias atuais com o novo modelo de política exploradora das grandes massas, é o que foi observado por Gramsci na Italia. Não posso culpar de todo o meu povo. Não possuimos espírito revolucionário. Somos pacíficos demais para isso. Temos nossa identidade genética ligada ao indígena brasileiro, que nada fez quando tiveram suas terras invadidas pelos malditos europeus.Hoje querem brigar por elas e ao mesmo tempo posar de 'Homem-branco'. O que vemos aí é o surgimento de uma Não-Raça. E os nossos digníssimos professores ainda se prestam ao trabalho de fazer pesquisas para políticas públicas pró essa Não-Raça. Esses professores são grandes idiotas, que gastam erário público com projetos em prol dessa gente.Os 'indígenas não-raça', não me preocupam nem um pouco. Voltando à Revolução. Temos medo de segurar em armas. Temos vergonha de ir para as ruas e dizermos que não somos tão imbecis quanto 'eles' pensam. Adoramos feriados. Adoramos o futebol. Até brigamos por ele. Adoramos Carnaval. Somos o povo digno da 'república das bananas'. Temos medo( ou indolência mesmo) de questionarmos o Depto. da universidade em que estudamos, o porquê determinado professor dá tão somente uma hora de aula/semana. Nos consideramos muito 'aristocráticos' para formarmos grupos populares para reinvindicações básicas. Prostrados nos encontramos mais uma vez diante da burguesia. Agradecidos a Deus pela continuação da doação de esmolas. É tudo o que precisamos, esmolas. Farelos derrubados das mesas dos grandes palácios. Como cachorrinhos lambendo o chão. Um exército de 'famintos' indolentes que não se prestam à mínima dignidade. A Grande Estrutura se apercebeu disso há séculos. E como prêmio à nossa generosidade e passividade, nos presenteou com os 'programas' ditos de integração populares. O que mais me parece é que desde sempre vivemos o pós caos de uma guerra. Estamos sempre necessitados da 'ração' diária para sobrevivermos.Um povo com tais características não merece sequer a ajuda de Deus. Tem que viver confinado na teia de ilusões fabricada pela classe dominante. Tem que aceitar sim e até agradecer o provento diário que lhe é concedido. Não merecemos mais do que realmente temos. Somos reféns da nossa própria ignorância. Casamos com ela. Desejamos viver eternamente felizes ao seu lado. Nada temos a reinvindicar. O que temos nos basta. Somos o que somos.Nossa oração: "Senhor, conceda-nos sempre o espírito submisso para que nossa ração não nos falte. Permita-nos Senhor sermos cegos à realidade que nos apresenta. Desse modo não precisaremos questionar nada juntos aos nossos 'bem benfeitores' e assim continuarmos aliados à eles até o fim. Retire de entre nós o 'mau espírito' revolucionário que só nos traria o cansaço físico e mental. Permita também que sejamos como Seu Amado Filho. Que como ovelha foi Levado ao matadouro sem nada questionar. Amém."

                               DUALISMO BURKEANO Edmund Burke. Dublin, Irlanda. (1729-1797). Filósofo conservador/liberal. Discípulo d...