Os dias tempestuosos trouxeram um tempo ávido pelo fim, num desvario ele corre pelas ruas como uma onda a arrastar o mundo...sinto o SER-NADA sendo conduzido para o marasmo da eternidade...como efêmero Ser poderá suportar o tédio infinito...perambulo pelas ruas...sinto os horrores da horda citadina, escondo-me das depressivas vozes eufóricas...não encontrei alegria nos risos...não vi felicidade nos olhares dos amantes...é como se as máscaras do eterno baile não mais suportassem a maquiagem estando prestes a cair com o suor do enfado da vida...encontrei- me com a solidão em meio povoado de corpos, que como eu circulam num vazio existencial fadado a se deparar com o deus-NADA..num beco qualquer deparei-me com minha ausência...essa sombra sempre a me perseguir...esconde eternamente meu ‘eu’ de mim mesma...talvez por ciúmes...talvez por inveja...Sarcática ri-se de mim e convida-me para um cálice de vinho...muda, fita-me...não responde minhas perguntas, mas reafirma as minhas dúvidas...em meios aos goles puder lembrar momentos da juventude, e percebi o quanto esse sentir me é peculiar desde as mais remotas eras...antes de ir minha ausência mostra-me o quanto te amei antes mesmo de te conhecer...a única luz eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar...a tua voz dizia as palavras da vida....desvendando nuvens...era o teu rosto, era tua pele que resplandecia....antes de te conhecer, tu existias nas árvores da minha infância, nos montes e nas nuvens que eu olhava ao fim da tarde...muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade que reluzia meus dias...sentada ao meu lado, minha ausência decidiu permanecer...como se fizesse parte de mim...
"Os grandes só podem ser julgados pelo que são. Só os vulgares consentirão em atribuir sua dignidade ao que fizeram; em virtude dessa condescendência, serão 'escravos e prisioneiros' de suas próprias faculdades e descobrirão, caso lhes reste algo mais que sua vaidade estulta, que ser escravo e prisioneiro de si mesmo é tão mais amargo e humilhante que ser escravo de outrem." Hannah Arendt
domingo, 21 de outubro de 2012
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