domingo, 30 de outubro de 2011


I-RACIONALE

Procurei razões no racional
Deparei-me com becos escuros
A luz não me conduzia a  lugar algum
Encontrei você em meio aos meus devaneios

Amei-te como Dante...
Do negro hades até o branco paraíso
Lutei contra Lúcifer para não perder-te para morte
Lutei contra Deus para não te levares para a eternidade

Encontrei você e senti a dor do meu amor
Na i-racionalidade dos desvarios humanos
Na angústia de amar-te
Lembrei-me dos pregos de Cristo

Senti todos eles cravados em meu peito
Na i-racionalidade te vi em meus braços
Meus sôfregos beijos em seus lábios
Me levavam a canais iluminados

Em misto ao sofrimento de não tê-lo
Fui remetida pela i-racionalidade
Ao mundo orgásmico do teu corpo
Senti todo ele dentro de mim

Ele todo pertencia a mim
Já não tinha como perder-te
E minha i-racionalidade
Te aprisionou para sempre dentro de mim

Não encontrei na racionalidade
Motivos para o amor
O tamanho desejo de tê-lo
O medo de perdê-lo

E na minha i-racionalidade te mantenho aqui, bem aqui dentro de mim, meu amor.

domingo, 9 de outubro de 2011

                                                                                      
 
 
Poema insone

Por entre as pausas e silêncio da tua voz,
procurei decifrar se ouvia apenas compassos
que me enloqueciam, por entre os desvios e reflexos do teu olhar,
tentei perceber se eram apenas raios, luzes e cores que me atraiam,
mas quando subi ao templo erguido no teu corpo,
senti que não eras figura nem escultura,
porque sequer existias.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

FAVELA VILA RICA:SÓ TRETA..."


"Tratar uma pessoa como se ela fosse em geral, e não em particular, produz uma profecia auto-realizadora.Ela põe em movimento vários mecanismos que conspiram para moldar a pessoa segundo a imagem que os outros têm dela." Howard Becker.

RESENHA 1

Sábado, 15:00 horas, 32 graus. Favela Vila Rica. No único espaço que podemos observar uma obra pública lemos os seguintes dizeres: "VILA RICA É SO TRETA".Bem no meio da miséria, eis que observa-se o glamour de uma Empresa de telefonia multinacional. Destacava-se com suas torres e radares. Imponente. A mesclagem do Kismo em contato com a massa periférica, suscinta o desejo de análises marxistas. Mas este dia não era pra isso. Era o dia de observá-los. Como se comportam, como vivem, qual a movimentação desviante que se pode notar no local.Pesquisando os Outsiders, me senti como um deles. Me senti um Outsider no meio dos Outsiders. Fresca, de sombrinha, travestida como se procurasse um endereço, fui logo reconhecida como forasteira. Uma branca no meio dos de pela queimada pelo sol.
Sempre odiei o sol, neste dia passei a amá-lo. Um grupo de mocinhas com roupas minúsculas ouviam 'funk,argh...', lançam-me um olhar de indiferença, mostram-se superiores. Realmente senti que são.Corei. Sabem ser elas mesmas, têm seus filhos, seus homens, sua família, seus amores...Sim, elas são superiores. Um campinho, crianças imundas correm atrás de algo que um dia foi uma bola. A cachorrada largada na rua também notaram a estranha. Havia esquecido o caderinho de anotações.Não se fez necessário. Tudo ficou tão marcado para mim que impossível seria esquecer.Num 'buteco'um grupo de homens sentado na mesas, posta 'desviantemente' na calçada, faz-me uma menção honrosa digna de uma dama medieval. Corei de novo.Um rapaz mais adiante: 'Dona tem um cigarro pra arrumá?, brigado...', bem, eu deselegantemente, fumava meio à via, mas precisava, não sabia mais para onde ir.Queria me sentar e observar.Já estava ficando 'avexada' quando percebi um grupo.Estavam em baixo de uma árvore.Senti muito medo. Meu desiquilibrio era notório. Mas afinal, não queria subir os morros cariocas? Senti o tráfico de perto.Ali estava o 'meu objeto', enfim
nos encontramos. E agora??? continuo...

                               DUALISMO BURKEANO Edmund Burke. Dublin, Irlanda. (1729-1797). Filósofo conservador/liberal. Discípulo d...