sexta-feira, 23 de maio de 2014


Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.


Meu Amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancor e ferida?




Não acharás, Amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti: 
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

 Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Anoiteceu!


 Anoiteceu!

 


Debruça-te para o interior do meu vazio. Nenhum rosto, nenhum pensamento, nenhum gesto inútil. Nenhum desejo - porque o desejo precisa de um rosto. E no lugar daquele que partiu acende-se a noite. (by now)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Minha reverência

 Este blog que outrora fora dedicado a um amor impossível,  agora destinado às três vertentes da minha Ciência, será também  um espaço dedicado ao belo. Serão publicados aqui poemas de minha autoria (nem tão belos assim) e obras primas de autores que eu aprecio. A poesia suaviza a acidez existencial, deleita a alma e  enleva o espírito.




A reverência é a essência de quem conhece o sussurro das águas
Um anjo  que atravessa o mar e atinge o horizonte, é um nômade do Absoluto!
Saberá desfolhar mananciais transfigurados na memória...
Seu lugar é de poder e seu Fogo mora no infinito!
Quando encontra-se, sente o céu erótico e aberto...
O Sol torna-se transparente e canta...
O deserto atravessa o firmamento, e todas as pétalas se tornam selvagens e vitoriosas!
Nesta hora, compreende o caráter dos ventos e das tempestades...
Tem o discernimento dos seus Tótens de poder...
Ritos e profundas seivas, lhe ensinaram a ficar em estado de 'Raio', para mover-se!
O Amor grita na garganta...
A serpente traduz....
A águia eleva....
O jaguar observa...
Deste coração sagrado, há seus sinais arcaicos das montanhas e da sua predestinada fala
Sombras agora, dançam no fogo da existência!
Karem Regina (11/02/2011).
               

                               DUALISMO BURKEANO Edmund Burke. Dublin, Irlanda. (1729-1797). Filósofo conservador/liberal. Discípulo d...