domingo, 27 de junho de 2010

NOTAS DO SUBSOLO

"O fim dos fins, meus senhores: o melhor é não fazer nada! O melhor é a inércia consciente! Pois bem, viva o subsolo! Embora eu tenha dito realmente que invejo o homem normal até a derradeira gota da minha bílis, não quero ser ele, nas condições em que o vejo (embora não cesse de invejá-lo. Não, não, em todo caso, o subsolo é mais vantajoso!) Ali, pelo menos, se pode… mas estou mentindo agora também. Minto porque eu mesmo sei, como dois e dois, que o melhor não é o subsolo, mas algo diverso, absolutamente diverso, pelo qual anseio, mas que de modo nenhum hei de encontrar!" F.M.Dostoiésvski


A dor é o elemento positivo deste mundo, e também o vínculo entre este mundo e o positivo em si."(FRANZ KAFKA)

Quando li pela primeira vez NOTAS DO SUBSOLO, há alguns anos, me encontrava em um estado etéreo, tal como na viagem insólita do filme Vanilla Sky.Depois de ter lido bobagens como POLLYANNA, MAIN KEMPF, livros de teólogos como Tim La haye, Jimmy Sweggart, me deparo com o realismo de Dostoiévski, e me apaixono pelo existencialimo. Pude perceber que há duas categorias de humanos: a que percebe e vive a sua dor, outra que a ignora, (até porquê não possue sensibilidade para senti-la.) O elemento dor é algo inerente aos seres tidos como "anormais". Às vezes respirar dói, levantar todos os dias e se deparar com o pauperismo do espírito humano, e também do meu espírito, requer algumas habilidades extras, que somente dosagens do "soma" não seriam suficientes para aliviar as tensões. O homem do subsolo, tem por opção o permanecer no subsolo, a superfície cheira mal. A mentira humana dos "normais" é grotesca demais para almas que se depararam com sua realidade verdadeira. Tal como num espelho, é impossível negar o que se está vendo. A fragilidade, a frustração, os limites impostos, os sonhos irrealizáveis, a angústia da existência, parece algo que nos foi deixado como um legado maldito. Em algum momento fizemos algo que aborreceu muito a Divindade. Às vezes penso em qual momento isso se deu, e o que ocorreu. Por que tenho que assumir uma culpa apenas por ser parte da raça? Por que os dias nos rasgam até sangrar? Por que corremos tanto, mesmo sabendo que não vamos chegar a lugar algum? Kafka também sentia essa dor. Em sua obra "O CASTELO" , ele também tenta responder essa última pergunta. E no calor da sua angústia, se transforma em inseto para se libertar da triste condição humana. Mas o mundo é dominado pelos "normais", os bem-aventurados de almas petrificadas, os anestesiados de sentimentos. Que vida colorida eles têm... Foram escolhidos pelos deuses. Povo eleito. Mas os anormais, embora renegados pelo "céus", possuem o talento de sentir o pulsar de cada veia do seu corpo, de sentir cada lágrima derramada pela sua alma, de saber exatamente o que está acontecendo no seu interior, mas na maioria das vezes, saber que não há remédio para o seu mal.

NOTAS DO SUBSOLO

"O fim dos fins, meus senhores: o melhor é não fazer nada! O melhor é a inércia consciente! Pois bem, viva o subsolo! Embora eu tenha dito realmente que invejo o homem normal até a derradeira gota da minha bílis, não quero ser ele, nas condições em que o vejo (embora não cesse de invejá-lo. Não, em todo caso, o subsolo é mais vantajoso!) Ali, pelo menos, se pode… mas estou mentindo agora também. Minto porque eu mesmo sei, como dois e dois, que o melhor não é o subsolo, mas algo diverso, absolutamente diverso, pelo qual anseio, mas que de modo nenhum hei de encontrar.. " F.M.Dostoiésvski.

NOTAS DO SUBSOLO

"Todo homem tem algumas lembranças que ele não conta a todo mundo, mas apenas a seus amigos.Ele tem outras lembranças que ele não conta nem mesmo para seus amigos, mas apenas para ele mesmo, e faz isso em segredo.Mas há outras lembranças em que o homem tem medo de contar até a ele mesmo.E todo homem descente tem um número considerável dessas coisas guardadas bem no fundo.Alguém até poderia dizer que, quanto mais descente é o homem, maior o número dessas coisas em sua mente." F.M.Dostoiévski.

domingo, 20 de junho de 2010

A REVOLUÇÃO DE TROTSKY

"SE O CAPITALISMO É INCAPAZ DE SATISFAZER AS REIVINDICAÇÕES QUE SURGE INFALIVELMENTE DOS MALES QUE ELE MESMO ENGENDROU, ENTÃO QUE MORRA"-LEON TROTSKY



A democracia e a moral "geralmente aceita" não são únicas vítimas do imperialismo. O "bom senso inato em todos as homens" é a terceira vitima. Esta forma inferior do intelecto, sempre necessária, é também, em certas condições, suficiente. O principal capital do bom senso é constituído por considerações elementares obtidas da experiência geral: fique longe do fogo... prefira a estrada principal... não cutuque o cachorro que dorme... etc. etc. A simples crise do capitalismo o desconcerta; diante de catástrofes como as revoluções, as contra-revoluções e as guerras, o bom senso demonstra sua completa imbecilidade. Para compreender as convulsões "catastróficas" do curso "normal" das coisas, são necessárias qualidades intelectuais mais elevadas, cuja expressão filosófica, até hoje, só o materialismo dialético garantiu. - Do Senso Comum- Trotsky


Temos que admitir que as representações simbólicas da grande massa, é construida por modelos capitalistas e imperialistas, facilmente absorvidas pelos poros insensatos do grande tecido que constitue o corpóreo social. Isso é facilmente visível no comportamento das gentes, principalmente nos países ditos 'emergentes', emergentes??? (Se estão emergindo, estão percorrendo um longo caminho, pois nunca chegam à tona). Mergulhados num sistema pré imposto pelo ocidentalismo, liderado pelos malditos Tio Sam, alguns deles abrem mão de suas próprias tradições, de sua própria linguagem, de seu modo peculiar de ser. Isso é feito de forma velada pelos donos do Grande K manipulador, pela sua indústria cinematográfica que incansavelmente incute em mentes "empobrecidas de percepção", sua superioridade racial e seu heroismo que salvará o mundo no caso de uma hecatombe nuclear, sua tecnologia (que levou o homem ao espaço, mas não consegue descobrir a cura do câncer), seu poderio bélico, etc. Toda essa imposição é aceita de forma optativa pelas periferias sociais humanas. Todos optam pela grandiosidade do Grande Império (mal sabem que favelas horríveis existem em Nova Orleans, do lixo que é acumulado nos subúrbios de Miami, dos deserdados negros que vivem no Harlem, dos mendigos sob a ponte do Brooklyn). Os imperialistas escondem sua sujeira em baixo do tapete. O que as "fileiras do terceiro mundo" não sabem, é que essa revolução contra suas identidades, tem intuito de anulá-las, fazendo-se permeável e como numa grande teia
mantendo nações e povos sob sua jurisprudência.O exercício de conscientização de povos da 'revolução velada', travada contra os "menos atentos intelectualmente", será uma complexa tarefa para educadores, sociólogos, antropólogos, até mesmo porquê parece-me que há uma predisposição destes na aceitação da subserviência àqueles.
É realmente lastimável o caminho que o Kismo projetou para grande parte dos povos.

domingo, 13 de junho de 2010

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO?

Vejam, parte de toda a técnica de privar as pessoas de poder é providenciar para que os reais agentes de mudança sumam da História e nunca sejam reconhecidos, na cultura, pelo que são. Então, é necessário distorcer a História e fazer parecer que foram os Grandes Homens que fizeram tudo - isso é parte de como se ensina às pessoas que elas não podem fazer nada, que são indefesas, que têm só de esperar que apareçam alguns Grandes Homens que façam as coisas para elas." (pag256)PARA ENTENDER O PODER - NOAM CHOMSKY


Não se trata da paranóia da Teoria da Conspiração.Nem de patologias psicossociais.
Também não é um discurso marxista-revolucionário contra as classes dominantes. Mas se tentarmos nos colocar nos bastidores do poder, ou seja, observar pelos vãos do cortinário da realidade social em que vivemos, como que espectadores do grande teatro que é o complexo de relações humanas, poderemos observar os feitos dos grandes agentes detentores do poder. As práticas dissimuladas, o mascaramento, e o termo que tanto gosto: o metamorfoseamento, é algo inerente do ser 'ectoplasmado' que se esconde nos 'meandros sujos' da dominação.Os atrativos alienatórios estão para todos os gostos: o futebol (exemplo atualíssimo). Quem vai pensar no que ocorre nas amarrações político-partidárias que 'rolam' para a campanha Presidencial? ora, o que importa é trazer um troféu que de nada servirá para mudar nossa realidade social, exceto para despartar um pseudo-nacionalismo que essa gente só tem nessa época. Que diremos de bobagens como BBB, que deixam as pessas babando o resto do ano? (este é o ápice da idiotice da TV), temos também as novelinhas adocicadas, os programinhas de auditórios, etc. Assim devidamente anestesiados, aguardamos um novo advento messiânico, que talvez nos tire do caos social em que nos encontramos. Quem sabe o novo Presidente? Quem sabe Barach Obama? Ou a ONU? E os novos planos paternalistas que estão sendo formulados para a nova campanha eleitoral? A segunda vinda do Salvador...Estamos sempre confiando em um Grande Irmão que nos conduzirá à 'Shangri-Lá'.O que não nos deixam perceber, é que o poder da transformação está nos "proles". Como Houxley diria: "Se há esperança, está nos proles".

terça-feira, 8 de junho de 2010

A INTENSIDADE DO AMOR QUE TENHO POR TI

SONETO DE AMOR-Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

MEU AMOR POR VOCÊ - Karem Regina


O amar-te tornou-se como uma luz da primavera
É como se toda a névoa da existência se dissipasse
Vim a ser algo que nunca imaginara ser
O amor que sinto por você me fez melhor
O amor mesmo que nunca sabido, sempre foi intensamente sentido
Mas só posso desejar-te, amar-te, nada mais
Impossível se tornou o ter-te
Pedir-te ao Senhor, não ouso
Minha ousadia poderia ofender-te e aos deuses
À distância posso sentir o odor do teu perfume
Então satisfaço meus prazeres com sua presença que
Embora distante, persiste em mim viver...
Posso sentir seus lábios
E meus beijos ardentes à consumi-los
Em carícias estonteantes liberando todo o fluido do amor que sinto só por você
Amor se tu soubesses o quanto te amo....
E se tu soubesses o quanto não posso dizê-lo

                               DUALISMO BURKEANO Edmund Burke. Dublin, Irlanda. (1729-1797). Filósofo conservador/liberal. Discípulo d...