"O fim dos fins, meus senhores: o melhor é não fazer nada! O melhor é a inércia consciente! Pois bem, viva o subsolo! Embora eu tenha dito realmente que invejo o homem normal até a derradeira gota da minha bílis, não quero ser ele, nas condições em que o vejo (embora não cesse de invejá-lo. Não, não, em todo caso, o subsolo é mais vantajoso!) Ali, pelo menos, se pode… mas estou mentindo agora também. Minto porque eu mesmo sei, como dois e dois, que o melhor não é o subsolo, mas algo diverso, absolutamente diverso, pelo qual anseio, mas que de modo nenhum hei de encontrar!" F.M.Dostoiésvski
A dor é o elemento positivo deste mundo, e também o vínculo entre este mundo e o positivo em si."(FRANZ KAFKA)
Quando li pela primeira vez NOTAS DO SUBSOLO, há alguns anos, me encontrava em um estado etéreo, tal como na viagem insólita do filme Vanilla Sky.Depois de ter lido bobagens como POLLYANNA, MAIN KEMPF, livros de teólogos como Tim La haye, Jimmy Sweggart, me deparo com o realismo de Dostoiévski, e me apaixono pelo existencialimo. Pude perceber que há duas categorias de humanos: a que percebe e vive a sua dor, outra que a ignora, (até porquê não possue sensibilidade para senti-la.) O elemento dor é algo inerente aos seres tidos como "anormais". Às vezes respirar dói, levantar todos os dias e se deparar com o pauperismo do espírito humano, e também do meu espírito, requer algumas habilidades extras, que somente dosagens do "soma" não seriam suficientes para aliviar as tensões. O homem do subsolo, tem por opção o permanecer no subsolo, a superfície cheira mal. A mentira humana dos "normais" é grotesca demais para almas que se depararam com sua realidade verdadeira. Tal como num espelho, é impossível negar o que se está vendo. A fragilidade, a frustração, os limites impostos, os sonhos irrealizáveis, a angústia da existência, parece algo que nos foi deixado como um legado maldito. Em algum momento fizemos algo que aborreceu muito a Divindade. Às vezes penso em qual momento isso se deu, e o que ocorreu. Por que tenho que assumir uma culpa apenas por ser parte da raça? Por que os dias nos rasgam até sangrar? Por que corremos tanto, mesmo sabendo que não vamos chegar a lugar algum? Kafka também sentia essa dor. Em sua obra "O CASTELO" , ele também tenta responder essa última pergunta. E no calor da sua angústia, se transforma em inseto para se libertar da triste condição humana. Mas o mundo é dominado pelos "normais", os bem-aventurados de almas petrificadas, os anestesiados de sentimentos. Que vida colorida eles têm... Foram escolhidos pelos deuses. Povo eleito. Mas os anormais, embora renegados pelo "céus", possuem o talento de sentir o pulsar de cada veia do seu corpo, de sentir cada lágrima derramada pela sua alma, de saber exatamente o que está acontecendo no seu interior, mas na maioria das vezes, saber que não há remédio para o seu mal.
"Os grandes só podem ser julgados pelo que são. Só os vulgares consentirão em atribuir sua dignidade ao que fizeram; em virtude dessa condescendência, serão 'escravos e prisioneiros' de suas próprias faculdades e descobrirão, caso lhes reste algo mais que sua vaidade estulta, que ser escravo e prisioneiro de si mesmo é tão mais amargo e humilhante que ser escravo de outrem." Hannah Arendt
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