sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Tu...somente tu...



Nem Ser, nem Não-ser...tu em mim ultrapassa a existência...Nem ar, nem terra, nem espaço...tu...somente tu... o que está escondido? onde? sob a proteção de quem? Profundo demais para ocultar? SIM! Transbordante, flamejante...irrequieto...assim és tu dentro de mim...tento fugir de ti...gosto, preciso anseio por este Amor...está atomizado em cada célula do meu corpo...tu és dono e possuidor de cada um dos meus desejos...das minhas ânsias...dos meus delírios...fazes parte de cada gota dos meus licores...licores que escorrem da minha alma e do meu soma.. Não há como me esconder de ti...'se ao céu for tú ai estás, se no Hades fizer meu leito, até lá tu me acompanharás'...como a Divindade onipotente e onisciente...esse Amor possue substância imortal...lua distante, águas profundas, desertos abissais...universos insólitos... insondável? Deliciosamente insondável...mas profundamente penetrável por mim...sempre penetrável em mim...como num mergulho com volúpias intensas...volto à superfície inteiramente preenchida por ti oh Amor!!.... Nem morte, nem imortalidade, dia ou noite... tu e tão somente tu...parte de mim...formando o UNO soprado por si mesmo, sem vento...apenas tu, somente tu...a dor do prazer...o prazer da dor...assim és tu...entronizado no meu universo...somente isso és tu...nada mais. Escuridão envolvendo escuridão, água não-manifesta. O UNO, escondido pelo vazio da sua presente ausência que insiste em ficar...ficar... tu geras em mim o calor.. tu vais e voltas sempre na forma de desejo, primeira semente da mente... tu e somente tu...O que estava por cima e o que, por baixo? Meu Alfa, meu Omega! Meu princípio sem fim... No princípio não existiam semeadores, existiam poderes: energia embaixo, impulso em cima. Como nasceu esse Amor?...a resposta está enterrada junto com os mais profundos mistérios...desvendável...SIM,, desvendável.. não procuro o desvelar...Sentí-lo já me satisfaz...sentir-te me basta... De que valem as Verdades? ...As teorias absolutas? De que servem todas as certezas?.Não há certezas...e, quando ocorrem são tediosas... a imbecilidade da segurança, assim é o fino gelo do gostar supérfluo...prefiro a sabedoria insegura de amar-te...o que há de certeza, absoluto, completo e concreto??... tu e somente tu, Grande Amor..

                               DUALISMO BURKEANO Edmund Burke. Dublin, Irlanda. (1729-1797). Filósofo conservador/liberal. Discípulo d...