sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Amor: o reverso da esfinge

há mulheres que ignoram
as armadilhas do amor
como quem se recusa
distraída
à religião dos sangramentos mensais

há mulheres que soletram
tranquilas
a sonoridade de um não
e deixam para trás o arregalar de olhos
que apostam em sentimentos de culpa
a dor da não correspondência
estas mulheres
acostumaram-se a acariciar no peito
as facas cegas
com que matam amores utópicos

sabem
embalar a si mesmas
em insubornáveis celofanes coloridos
e a cada manhã
dão-se de presente
a quem nunca lhes foi companhia..

 desconhecida

domingo, 7 de setembro de 2014

FOR EVERYONE



In life, you will realize there is a role for everyone you meet. Some will test you, some will use you, some will love you, and some will teach you. But the ones who are truly important are the ones who bring out the best in you. They are the rare and amazing people who remind you why it’s worth it.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Alma de Perséfone


Persephone...surreal, meta metafísico, meta fenomênico, excitante, adorável, volupioso..para as almas perdidas como a minha...

It's because I love
(é porque amo)
It's because I love Iam
(Por que eu amo quem eu sou, e por isso sou)
It's because I love I labor, explosed between heaven and earth
(é porque amo que meu trabalho se dá entre a terra e o paraíso)
Hades transforms my pain into pleasure. finds salvation in my certain ruins
(Hades transforma minha dor em prazer e encontra salvação em minha ruína)
Consumed by Hades I have no time to consider my labor
(consumida pelo Hades eu não tenho tenho para considerar minha luta)
Consumed by the time I have no means to remember how I was brought to this state
(consumida pelo tempo eu não tenho motivos para lembrar porque fui trazida para este estado de ser)
I have no means to remember myself
(não tenho motivos para lembrar de mim mesma)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A DÁDIVA DO ÓCIO



Não tenho palavras. Não gosto de poupar palavras. Nunca gostei. Hoje estou tão cheia de sensações. A  sensação de sentir-te por perto. Aquela tão vertiginosa, mas tão convidativa. Tu… nunca me observa. Eeu te vejo.Vejo-te cá n’alma... horas, dias..meses…talvez séculos. Mas fisicamente, hoje ainda não te vejo. O fenomênico funde-se ao abstrato. Tu. Outra vez tu! Só podias ser tu. Também não queria que fosse mais ninguém.
Estivesses como estivesses.  Desejaria que ali estivesses. E eu fui a menina feliz, aquela a quem lhe foi dado o balão  maior. O amor maior. Aquele com mais cor. Com a cor-de-rosa e tudo. A minha cor preferida.
As minhas entranhas, os meus lábios, tudo o que me rodeava resumiu-se ao sabor da tua essência. A tua. Aquela que só eu vejo.
Amar-te não é segredo...
Tu és…És tanto….és a minha paixão tão assolapada quanto impossível!
És diferente. És o imprevisto mais meigo que conheci. És…. O tal que me desnudaria, o tal que me arrebataria o coração e me levaria para longe!
Onde fica esse longínquo  amor?  Está aonde nunca fui e tenho vontade de voltar? Porque volto sempre aos lugares que nunca fui..
Um efêmero eterno...Uma eterno efêmero... E nós já fomos tão longe! Longe?  Um desconhecido sítio favorito.. E o nosso longe é tão perto. E o nosso perto abismal! É tão intrigante. Tão meu e tão desconhecido. Há sempre um odor que salta das tuas veias humanas...Aquele que me persegue.
Ainda ontem eu dizia:” Um dia tu vens e ficas…” !Mas será que alguma vez foste real? Para mim?  Nunca.. Tão nunca que  te sinto em mim. Agora. Permanentemente. O cheiro, o toque, o teu olhar, a tua indiferença.
Saberás lá tu o que é marcar a indiferença. Sim tu o sabes.  Saberás lá tu que a tua indiferença vive em mim. Saberás lá tu que tenho sonhos diabólicos contigo. Sonhos a dormir! Daqueles em que acordo úmida, molhada, a suar, assustada, extasiada. Por vezes  confusão. s meus sonhos. Saberás lá tu dos sonhos acordada, dos sonhos que me “assombram”? Dos tormentos existenciais que me cercam?  Aprendi agora que a sapiência não supera certos órgãos. Muito menos o vital.
Saberás tu dos sonhos. Das utopias? Saberá alguém a cor das minhas doloridas sagas?
Saberás tu o quanto vale para mim?   Saberás?
 Não queres ouvir falar de amor, e eu muito menos quero falar-te dele. Porque o amor às vezes tem umas armadilhas estranhas.  Entranhas do Seol.   Entranhas espirais. Direcionadas ao abismo.  A minha queda é direcionada ao sepulcro...  estranha entranha embebida  com um absinto  estonteante. Chega a ser perturbante, mas isso pouco importa. É a ti que dedico esse Amor. Às vezes dói. Mas... É um facto. Também sei que isso pouco ou nada me valerá.  Não me preocupa resultados... fujo de todos...fujo da intencionalidade..
E se reparar que o êxtase que sinto supera todo o meu turbilhão de emoções? Valerá de muito? Ou não me valerá de nada?
Tu sabes que sou uma “menina” de emoções. E também sabes que o teu nome há muito que passou a fazer parte da lista delas. Da lista mais gritante… aliás. Como se fosse preciso dizer.
Gosto de ti. Gosto mesmo de ti. Gosto de ti enquanto escrevo. Gosto de ti deitada na cama onde nunca me possuíste!
  Karem Regina Costa

domingo, 20 de julho de 2014

POEMA DO ÓCIO II

Quero apenas amar-te lentamente
Tal qual o vento que transforma as rochas
Sempre de forma constante
Como o ininterrupto pulsar da veia
Como se o tempo a mim pertencesse
Sem as aflições das barganhas de amor
Sem o equivocado desejo da reciprocidade
Longe, muito longe, das feiras dos sentimentos
Longe da fantástica racionalidade mas  perto do real irracional...
Quero amar-te como se o tempo fosse meu
Como se  meu  tempo  fosse eterno...
Manipulando eras, brincando com Cronos...
Mas todo o tempo, todo o tempo é pouco

Talvez sequer haja tempo
Iniciei o diálogo com o 'tempo'...
Não houve jeito, o tempo perdeu-se no devir das horas
Casou-se com a deusa Prado
Um milhão de vezes tentei falar-lhe
Mas o tempo....
Desde então tenho me fatigado todos os dias
Vestindo e despindo e arrastando amor, sombras e eternidades....
Tempo que escoa sempre longe de mim...
Karem Regina Costa  - 05/12/2011

sábado, 12 de julho de 2014

Hasta la vista nacionalismo..

E agora  José?!  Retiraremos as bandeiras dos nossos carros? Esqueceremos a letra do hino? E o tal patriotismo das camisetas amarelas? Encerra-se aqui o espírito cidadão na nação brasilis. Eis que adentra a era da apatia política! Não há esperança para a desalienação dos alienados, que após alguns instantes de 'flashs nacionalistas', retornam agora ao 'berço esplêndido' do qual na realidade nunca sairam..



“As coisas mais importantes (...) que podemos saber a respeito de um homem é o que ele admite como certo,  e os fatos mais elementares e importantes de uma sociedade são os que raramente encontram discussão e que em geral são vistos como estabelecidos.”(WIRTH, Loius -  ‘Preface’ a Karl Mannheim. Ideology e Utopy. New York, Brace & Tramp; World, 1936)




sábado, 21 de junho de 2014

Por existires





Amor,


E tua existência era o instante feliz.
A ressurreição do Nada trouxe os momentos de glória
As insones noites heróicas
As cálidas tardes, amenas
O teu existir sopra brisas em mim
Há vida na sua ação estática
Suas sombras emanam luz.



 A tua existência é a manhã feliz.
Embora o céu cinzento transpareça a tempestade
O contentamento da assombrada canção
Faz palpitar em meu peito um coral de querubins
O fogo que me consome?  Iluminou a casa
O Eterno reduz-se a nada diante de Ti.

O que é a efêmera e superficial  vida
Diante da tua existência?
Em ti a totalidade esfarela-se em fragmentos
Procuro-me nas parte que o compõem
Encontro-me reduzida a coisa alguma  

A tua existência...
Desde sempre em mim. Desde
Sempre estiveste. Nas arcadas do Tempo
Nas ermas biografias, neste adro solar
No meu mudo momento

Desde sempre, amor, redescoberto em mim.

(Karem Regina, 22/06/2014)


              



                               DUALISMO BURKEANO Edmund Burke. Dublin, Irlanda. (1729-1797). Filósofo conservador/liberal. Discípulo d...