sábado, 21 de junho de 2014

Por existires





Amor,


E tua existência era o instante feliz.
A ressurreição do Nada trouxe os momentos de glória
As insones noites heróicas
As cálidas tardes, amenas
O teu existir sopra brisas em mim
Há vida na sua ação estática
Suas sombras emanam luz.



 A tua existência é a manhã feliz.
Embora o céu cinzento transpareça a tempestade
O contentamento da assombrada canção
Faz palpitar em meu peito um coral de querubins
O fogo que me consome?  Iluminou a casa
O Eterno reduz-se a nada diante de Ti.

O que é a efêmera e superficial  vida
Diante da tua existência?
Em ti a totalidade esfarela-se em fragmentos
Procuro-me nas parte que o compõem
Encontro-me reduzida a coisa alguma  

A tua existência...
Desde sempre em mim. Desde
Sempre estiveste. Nas arcadas do Tempo
Nas ermas biografias, neste adro solar
No meu mudo momento

Desde sempre, amor, redescoberto em mim.

(Karem Regina, 22/06/2014)


              



domingo, 1 de junho de 2014

Porque tu estavas aqui, e eu estava lá

Há anos que fazes de mim moradia tua. Sem meu querer. Sem teu querer.. Imposto fostes, e encerrado aqui encontra-te. Desde então, a moradia da minh'alma transferiu-se para o subterrâneo, ali permanece. Sem saberes,  viras-me de cabeça para baixo e deixas-me sem norte só de te saber por perto.
Que estranhos feitiços da vida os da paixão!
Por que fazes de mim rocha em vez de rio?

Tu não o sabes, e eu também não.
Tu estás no Possível que me é Impossível.
Eis o pagamento de inúmeras Eras de pecado.
Um dia saldarei  as dívidas com a Divindade.
Estarei então livre de Ti, meu Amor
Quero acreditar que não estás lá, no âmago amargo do meu espírito,  mas me olho e só consigo ver-te.
Vives num iceberg de Freud dentro de mim e de quando em quando saltas cá para fora a provar-me que estou viva, que ainda sinto, que sou capaz de amar... afinal, simplesmente estavas lá.
Pelo menos sinto!
É melhor que a indiferença.

Torna-te real então dentro da taça de vinho!
Transforma-te assim em cálice a escorrer em meu corpo..
Assim és Tu, assim estou eu...meu Amor
(Karem Regina Costa - 30/05/2014

                               DUALISMO BURKEANO Edmund Burke. Dublin, Irlanda. (1729-1797). Filósofo conservador/liberal. Discípulo d...