domingo, 1 de junho de 2014

Porque tu estavas aqui, e eu estava lá

Há anos que fazes de mim moradia tua. Sem meu querer. Sem teu querer.. Imposto fostes, e encerrado aqui encontra-te. Desde então, a moradia da minh'alma transferiu-se para o subterrâneo, ali permanece. Sem saberes,  viras-me de cabeça para baixo e deixas-me sem norte só de te saber por perto.
Que estranhos feitiços da vida os da paixão!
Por que fazes de mim rocha em vez de rio?

Tu não o sabes, e eu também não.
Tu estás no Possível que me é Impossível.
Eis o pagamento de inúmeras Eras de pecado.
Um dia saldarei  as dívidas com a Divindade.
Estarei então livre de Ti, meu Amor
Quero acreditar que não estás lá, no âmago amargo do meu espírito,  mas me olho e só consigo ver-te.
Vives num iceberg de Freud dentro de mim e de quando em quando saltas cá para fora a provar-me que estou viva, que ainda sinto, que sou capaz de amar... afinal, simplesmente estavas lá.
Pelo menos sinto!
É melhor que a indiferença.

Torna-te real então dentro da taça de vinho!
Transforma-te assim em cálice a escorrer em meu corpo..
Assim és Tu, assim estou eu...meu Amor
(Karem Regina Costa - 30/05/2014

                               DUALISMO BURKEANO Edmund Burke. Dublin, Irlanda. (1729-1797). Filósofo conservador/liberal. Discípulo d...